terça-feira, 7 de agosto de 2012

Sobre a autoestima


Caros amigos,


a quantidade de questões relativas a auto-estima que tenho encontrado em minhas aulas e consultorias é tão grande, e tem me preocupado tanto, que resolvi colocar este texto do Psicólogo Antônio Carlos Alves de Araújo, para apreciação de vocês.
Um grande abraço,

Walden

AUTO-ESTIMA – UM ESTUDO PSICOLÓGICO

Se pensarmos numa primeira definição sobre à auto-estima, logo iremos nos debater com a primeira contradição; o fenômeno que estaria relacionado ao amor próprio do indivíduo, seu senso de capacidade pessoal e auto-respeito, está totalmente condicionado a opinião alheia, ou imagem externa acerca da pessoa; o que pensávamos ser um patrimônio exclusivamente íntimo, é visitado, revisitado e alterado constantemente. Ficamos mais atônitos ainda, quando observamos alguém com sucesso profissional ou material, mas que mostra uma debilidade comprometedora no âmbito afetivo. Mas como é possível alguém que se elevou tanto socialmente se desprezar sem nenhum senso de dignidade pessoal? A resposta é sempre muito simples, quando o assunto é a pessoalidade parece que estamos lidando com um acervo que nunca é concreto, por mais que o desejemos. É como se num primeiro momento tivéssemos a certeza de possuirmos um “tesouro próprio”, mas depois de um olhar cuidadoso sentir que há muito convivemos com a certeza de uma pobreza de nossa alma.
Na atualidade o sistema econômico tenta lucrar com dita problemática, levando ao incremento de uma auto-estima doentia ou competitiva; como exemplos, cito a estética ou culto desenfreado ao corpo, que representam uma tentativa de reafirmar um complexo de superioridade numa personalidade que nunca soube realmente encontrar seu valor próprio afora o gosto por se comparar. A certeza de algo íntimo e inviolável parece ser não apenas rara, mas também uma das coisas mais elitistas do ponto de vista psicológico. Quem detém tal privilégio? Talvez aqueles que reneguem a competição e que fazem um esforço para utilizarem suas habilidades não apenas para si próprios. O problema da manutenção de uma auto-estima é se deparar com os conflitos causados quase que diariamente pelo meio em que convivemos. Nosso temor ao ostracismo, solidão e abandono, nos leva a desistir facilmente de um ideal ou meta estabelecida.
Não há um terreno mais arenoso para a personalidade humana do que o lidar com a crítica. A mesma pode suprimir ou abafar o que realmente era um grande potencial da pessoa; por outro lado, sua ausência tolhe não apenas a criatividade, mas também a possibilidade de uma mudança concreta. Novamente neste ponto o modelo econômico reduz tal questão a elementos materiais ou estéticos. Alguns conseguem sobrepujar tal ditadura silenciosa mantendo um certo carisma pessoal, independentemente dos valores sancionados. A grande maioria opta por um narcisismo que nada mais é do que um disfarce de sua miserabilidade pessoal. Por mais teses que se discutam, a verdade é que todos aceitam o fato de que algo é somente importante quando se transforma num produto que possa ser explorado ou vendido. É o transporte pleno da questão econômica para o patamar psicológico.
Muitos têm a convicção de estarem realmente trabalhando para o incremento de sua auto-estima, quando na verdade estão corrompendo a mesma, pois apenas estão satisfazendo uma vontade criada socialmente de ser notada ou de destaque. A auto-estima não pode ser reduzida ao temor de ser excluído; infelizmente é exatamente neste ponto que se concentram todos os sacrifícios. A dualidade de nossa era molda pelo menos dois tipos distintos: o primeiro já citado que busca o narcisismo sancionado pela sociedade; o segundo acaba se tornando retraído ou quase que totalmente solitário, como um protesto pessoal contra a corrosão e hipocrisia nos relacionamentos. Mas como podemos medir ao menos de um modo rudimentar nossa auto-estima? A medição se centra em quatro áreas distintas:
· A crença de que possui um potencial próprio que jamais pode ser violado como disse acima, mesmo que a pessoa não tenha obtido determinada referência social de sucesso ou poder. Estes dois últimos estão mais para a “sorte”, do que a aferição do potencial do indivíduo. A auto-estima advém da capacidade de reter, aprender e elaborar determinado conteúdo, o tornando prático para as necessidades da pessoa.
· A relação da pessoa com o meio em que vive, como é permeada? Conflitos, cooperação, admiração, desinteresse, exclusão, sedução, inveja, competição, ódio; quais destes elementos prevalecem?
· Em relação à afetividade e sexualidade sente ser desejado, requisitado ou a atitude do meio é de total indiferença?
· A elaboração de um real sentido da vida da pessoa.
Obviamente este último tópico passa por questões um tanto filosóficas e até transcendentais, e embora nenhum colégio até hoje ouse ensinar ou refletir com a criança ou jovem o sentido de sua vida no contexto em que vive, salientando apenas as normas competitivas, ainda assim devemos insistir num lado que jamais trará lucro econômico, mas um regozijo pessoal por termos deixado algo na criança e jovem além das doentias “regras do mercado”.
A auto-estima diz muito mais da elaboração da frustração e rejeição do que correr ansiosamente atrás de uma aceitação social. Não será difícil deduzir que numa sociedade como a nossa a pessoa “feliz” é aquela que possui sempre algum tipo de ferramenta para o recomeço. É um tanto estranho que poucos percebam não apenas o sentido das coisas, mas a forma prática de estabelecer um campo pessoal de saúde psicológica. Como exemplo cito a patologia da depressão. Há anos tenho observado que uma neurose é controlada quando se ativa uma certa vergonha, raiva ou pudor interno do indivíduo perante sua condição. O prognóstico negativo da depressão é justamente quando tal fato não pode mais ser obtido, sendo que o sofrimento se transformou num tipo de “profissão”. O que estou tentando dizer é que os elementos sociais destrutivos, tipo a competição, poderiam ser canalizados do ponto de vista psicológico, como um tipo de vacina que em sua essência possui o veneno. Infelizmente nosso sistema não está nem um pouco preocupado com todo o exposto. O coletivo ou o pensar social é equacionado a derrocada ou miséria, pois o modelo vigente passa a fantasia do destaque na questão privada. Tornar-se herói ou vitorioso é a droga que nos dão desde o nascimento, e a hipocrisia social é um disfarce para que tal conceito continue sendo passado.
É importante neste ponto abrirmos uma discussão acerca do elogio. A psicologia tem reforçado a importância do mesmo na formação do ego e amor próprio da criança. Isto é indiscutível do ponto de vista constitucional da personalidade. Porém, o psicólogo um pouco mais atento já notou que na prática clínica as coisas se passam de modo diferente. A pedagogia sempre chamou a atenção para uma espécie de profecia autocumpridora do educador em relação aos alunos, assim sendo, quando o mesmo elogiava o potencial do educando observava uma melhora significativa no desempenho escolar, assim como o reverso acontecia; baixo desempenho quando não havia esse reforço. Embora novamente isto represente uma verdade, no âmbito psicológico a coisa funciona de forma muitas vezes inversa. O elogio ou reforço cria uma espécie de dívida entre as partes envolvidas; conseqüentemente se ativa um mecanismo altamente neurótico de competir perante a expectativa do outro; a conseqüência é o “gozo da contrariedade”, mesmo que tal jornada conduza a pessoa ao caos. Quantos psicólogos poderiam relatar o abandono da terapia por parte do paciente quando o mesmo efetuou determinado progresso. É incrível como quase todas as escolas de psicologia omitiram tão importante conclusão em suas bases teóricas e práticas. O elogio pode ser a ferramenta suprema para a sabotagem de um ser que não deseja a responsabilidade do crescimento. Quem duvida de tal conceito é só observar como determinados namoros ou casamentos terminam no que poderíamos constatar de auge da relação, sem nenhuma explicação mais contundente. Não se trata da propagandística mensagem do medo à felicidade, mas de um mecanismo interno de poder neurótico que visa coibir qualquer tipo de cooperação e troca. Mas o leitor mais insistente ainda pode indagar como um elogio pode despertar um incômodo da natureza citada? Mesmo que o reforço seja positivo, tal operação reforça constantemente a inveja, o que é mais curioso ainda, pois a pessoa está sendo elogiada e ainda assim mergulha neste sentimento sombrio; a perturbação é saber que o outro é capaz de reconhecer ou transmitir alegria e êxtase no contato humano, coisas extintas na pessoa que irá sabotar.
Em praticamente todos os meus *estudos reforcei a tese de que o objeto central da psicologia em nossa era, não poderia passar por uma questão acadêmica sobre se a psicanálise ou as teses de SIGNUND FREUD ainda permaneceriam ou não válidas, mas que o fundamental seria um projeto mental de profilaxia dos distúrbios neuróticos e a retomada de uma qualidade de vida perdida em nosso meio econômico e social. Seja a psicanálise, ou psicologia, todos irão falhar se não observarem as reais instâncias do sofrimento psicológico atual. Conseqüentemente qualquer projeto sério de psicologia deverá priorizar o grande vilão de nosso tempo, que é a solidão. Posso afirmar que são raríssimas as análises psíquicas sobre o tema. Além do mesmo remeter à esfera da essência da humanidade, como a questão do abandono e morte, sua implicação passa por praticamente toda a estrutura pessoal e coletiva do sujeito. A solidão não é apenas uma fonte de sofrimento, derrota ou sensação de fracasso de potencialidades individuais, afetivas e sexuais perante observadores externos; a essência de tal fenômeno tem a peculiaridade de apagar ou dissolver qualquer êxito ou realização externa que não pode ser testemunhada ou reforçada por determinada pessoa. Neste ponto, finalmente chegamos a conclusão do lugar certo do elogio. A solidão é a virose extrema que produzirá uma “septicemia” de todo o núcleo psicológico positivo da pessoa; é uma morte lenta e antecipada do desejo, assim como o incremento da sensação de expiração do tempo de vida. Logicamente não desejo pregar que a saída de tal dilema passa por uma apelação ou estabelecimento de um relacionamento qualquer, apenas quero enfatizar a importância da questão. Talvez o ditado: “antes só do que mal acompanhado”, seja uma das coisas mais sombrias que podemos refletir, pois as duas opções dizem do fracasso extremo, sendo que a primeira é apenas uma racionalização da mais pura insatisfação e infelicidade. Estar só é extremamente necessário do ponto de vista da reflexão pessoal e auto-análise de nosso comportamento ou conduta de vida. A doença advém no “ser só”, sendo um projeto neurótico em longo prazo de distanciamento do outro, pelo temor à frustração que um relacionamento possa acarretar.
As justificativas do projeto de solidão pessoal passam pelas histórias de fracasso ou sofrimento no âmbito afetivo ou sexual. A pessoa não deseja mais passar pelo fantasma da perda ou rejeição, ou ainda almeja a vingança dessa situação pretérita numa nova arena interpessoal. Será que apesar de tantos livros, teorias, filosofias orientais e coisas do gênero, não conseguimos captar o sofrimento que o apego nos impõe? Anteriormente assinalei que a solidão seria a prioridade para um projeto psicológico na área da saúde mental, mas devo ressaltar que o mesmo agrega outras questões. Se desejarmos realmente lidar com nossas mazelas emocionais, três são as áreas de atuação que interferem de forma fatal no psiquismo: narcisismo (defino como a loucura ou paranóia de que o meio não aceite a pessoa, medo extremo da perda ou abandono, camuflados num projeto egóico de pura vaidade); solidão (que já foi enfocada); e tédio (defino como uma determinada meta alcançada de sobrevivência ou ganho econômico ou busca da beleza, que não coloca o indivíduo num patamar de satisfação pessoal, pelo contrário, revela a fragilidade e miopia de seus projetos íntimos).
Outra questão popularmente associada à auto-estima diz sobre a importância de dizer um “não”, sendo que muitas pessoas têm uma extrema dificuldade de efetuarem tal coisa. O não muito mais do que um treino da auto-estima é uma ferramenta que temos de aprender a usar para que o outro não atrapalhe o desenvolvimento natural de determinado anseio ou desejo que se pretenda realizar. O quanto se pode doar ou não ao outro dará a dimensão se estamos num caminho de crescimento ou neurose. Todos já perceberam que há por parte de algumas pessoas uma espécie de solidariedade com quem não deseja crescer, ou com determinado sujeito que apesar de intensos avisos, teima em não corrigir pontos obscuros de sua personalidade. Apesar das reclamações, a pessoa insiste em trabalhar por alguém abertamente não merecedor dos esforços depositados. Na verdade esta solidariedade com pessoas neuróticas sempre foi interpretada de modo errôneo, pois se dizia que sua origem era o aparato cristão de tentar salvar o outro a qualquer custo. A realidade é que alguém que se empenha em demasia por depositar sua energia numa pessoa que não deseja responder, há muito se encontra em déficit com sua própria satisfação. Não se trata meramente de uma personalidade culposa, mas de uma projeção de uma baixa auto-estima no processo compulsivo de tentar ajudar o outro. Quanto desperdício podemos produzir também na esfera humana.
O tão antigo conceito de mente e corpo saudável está reduzido à estética e alienação social. O mais importante seria a aceitação plena de si próprio com uma tranqüilidade para mudar o que se precisa, pois a mente ou o suposto corpo saudável pode ainda dizer da comparação com um modelo vigente. O fato é que por se viver pouco, muitos requerem aplausos intermináveis para seu ego. O próprio histórico do desenvolvimento infantil dá a dimensão exata do que vem a ser a auto-estima. A psicanálise centrou todas as baterias no famoso complexo de Édipo, achando que o mais puro e genuíno esforço do ser humano seria a luta pelo afeto exclusivo de um dos genitores. Infelizmente tal tese não percebe que o conflito do Édipo nada mais é do que um treino ou etapa para algo muito mais vasto. *ALFRED ADLER sempre assinalou que por trás do conflito familiar havia o desejo de poder e controle do meio social. O embate familiar privado era a primeira dimensão para a ferrenha disputa de poder que acompanha o ser humano pelo resto de sua vida. Neste ponto me permito criticar enfaticamente a psicanálise, pois o desejo central não é a primazia da importância no núcleo familiar, mas tão somente garantir uma posição de destaque. O amor dos outros, de estranhos, a devoção de alguém desconhecido, é o gozo que habita os mais recônditos cantos de nossa alma. A fama ou imortalidade diz do difícil desafio de conseguir e aprisionar o amor alheio. O Édipo então é mera passagem para alguém que já esquematizou não apenas seu narcisismo, mas também seu desejo de manipulação do coletivo. Todos somos ditadores frustrados, e o modo como lidamos com nossa soberba é uma pista de como anda nossa auto-estima ou saúde psíquica.
A fama, poder e beleza nada mais são do que “férias” para todo tipo de conflito psicológico ou problema relacionado à auto-estima, anulando qualquer efeito negativo oriundo da personalidade do indivíduo. A busca dos elementos citados é o atalho mais simples para se comprovar uma estima claudicante. O irônico neste tema é o fato de que a pessoa que mais procura tais elementos é justamente aquela que passou sua vida lutando contra si mesma. A justa finalidade da fama ou poder seria a erradicação da timidez coletiva de expor as fraquezas pessoais, e aprendermos um certo caminho para o crescimento pessoal por parte de pessoas que não tiveram medo de se expor e registrar seu processo pessoal. Com a licença devida do leitor serei enfático ao afirmar que apenas existe uma única forma para aprender a se gostar: explorar os recursos pessoais e que estes sirvam plenamente para ambas as partes envolvidas (a pessoa e sociedade). A auto-estima é como uma orquestra sincrônica onde talento, vontade, dedicação e amor interagem harmonicamente, sendo que não há medo ou timidez de se expor nenhum dos elementos; deveríamos entoar tal cântico diariamente. A auto-estima é o orgulho próprio no sentido positivo e de quem o acompanha. Quem atinge ambas as metas poderíamos chamar de uma pessoa feliz e serena; aquele que se atém apenas no primeiro chamaria de uma pessoa segura; quem órbita somente no segundo se debaterá com os elementos da inveja.
Enfim, a pergunta final e base dos mais de cem anos da psicologia é: como provar para alguém seu potencial? Como fazer com que o outro tenha a intuição de nosso olhar sobre sua cegueira interior, e tudo o que ainda não efetivou? Seria este processo uma violência ou arbitrariedade contra a pessoa, ou sua libertação? Qual a medida ou dimensão que podemos dirigir nosso esforço em função de alguém que resiste em viver plenamente? Certamente não se trata de impor algo, até porque isto sempre se mostrou impossível. O debate crucial não seria apenas a discussão do fracasso de alguém, mas o aprisionamento deste sujeito num emaranhado de atitudes que o desagradam diariamente. Todos gostam de filosofar sobre o quanto realmente uma pessoa pode mudar, seria realmente possível? Obviamente como psicólogo fui treinado a acreditar em tal fato, mas o mais importante não é a questão da mudança em si, mas que todo o processo de transformação seja de total domínio da pessoa, isto não significa a recusa da ajuda, até porque estaria cometendo um contra senso perante minha profissão; mas ensinar a pessoa que a receptividade jamais anula o valor interno, pelo contrário, estimula todos os possíveis sentidos da percepção, sensibilidade e humanidade.

Psicólogo ANTONIO CARLOS ALVES DE ARAÚJO

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Serve para muitos adultos

Caros leitores,

o Economista e especialista em Educação, Gustavo Ioschpe tem escrito textos muito significativos na Revista Veja. O que vai abaixo é um dos mais brilhantes da atual safra dele. Leiam, pois diz respeito a muito mais gente do que imaginamos, e que já não são mais crianças, como pode parecer lendo apenas o título.
Boa leitura a todos,

Walden


Revista Veja - nº 2012 - 18-7-2012

Gustavo Ioschpe

O que você faria pelos seus filhos?


Em um experimento que virou um clássico, o psicólogo Walter Mischel criou o seguinte cenário na Universidade Stanford no fim dos anos 60: crianças de 4 anos de idade foram colocadas em uma sala pequena, que continha um marshmallow em uma mesa. O pesquisador explicava à criança que ele teria de sair, deixando-a sozinha na sala. Se, quando ele voltasse, a criança tivesse resistido à tentação de comer o doce, ela ganharia mais um marshmallow. Se capitulasse e o comesse, não ganharia mais nada. Anos depois do experimento, Mischel foi acompanhando informalmente o progresso daquelas crianças e notou que havia uma correlação entre o tempo que elas conseguiram esperar antes de comer o marshmallow e vários indicadores de bem-estar. Quase vinte anos depois do estudo original, Mischel e colegas mediram objetiva e cuidadosamente suas características, e os resultados foram surpreendentes: vários dos atributos mais importantes para seu sucesso podiam ser previstos pelo tempo a que resistiram ao marshmallow aos 4 anos de idade. Uso de drogas, peso corporal e até os resultados no SAT, o vestibular americano, estavam significativamente associados ao autocontrole demonstrado diante das guloseimas. A capacidade de sacrificar um pequeno ganho presente (comer um doce) pela possibilidade de um ganho maior no futuro (dois doces) se relacionava com o bem-estar em dimensões bem mais sérias ao longo de toda a vida.

Países são mais complexos que pessoas, e o estado de um país não é igual a uma simples soma dos atributos de seus habitantes. Mas creio que a diferença entre o todo e a soma de suas partes também não pode ser muito diferente, especialmente se esse país é uma democracia. E quero postular aqui que grande parte dos problemas que o Brasil enfrenta se deve à nossa incapacidade de fazer essas trocas intertemporais, de aceitar sacrifícios presentes para colher ganhos futuros. A tese não é original — Eduardo Giannetti já a traçou com mais brilhantismo e sutileza em seu livro O Valor do Amanhã —, mas me parece merecer mais atenção do que a que lhe é costumeiramente devotada.

Se tivesse de fazer um resumo grosseiro do que é o processo de desenvolvimento econômico, diria que depende de pessoas, dinheiro e instituições. Quando falo de pessoas, quero dizer produtividade, já que as outras variáveis — como o número de horas trabalhadas ou a fatia de pessoas empregadas — podem rapidamente bater em um limite intransponível, enquanto a produtividade pode aumentar indefinidamente. E ela está diretamente relacionada à educação. No quesito dinheiro (capital), a variável mais importante é a taxa de poupança. Que, grosso modo, determina aquilo que os agentes econômicos poderão investir. Sem investimento não há crescimento.

Por instituições, entenda-se o arcabouço jurídico que garante estabilidade e previsibilidade a empreendedores e trabalhadores, especialmente no que tange à proteção da propriedade. Desses três fatores, só as instituições não são, direta e explicitamente, fruto de trocas intergeracionais. Fazer poupança e criar um bom sistema educacional são atividades em que o sacrifício dos pais está umbilicalmente atrelado ao bem-estar dos filhos. E creio que não é por acaso que o Brasil fracassa em ambas. Temos não apenas um dos piores sistemas educacionais do planeta como também uma taxa de poupança historicamente baixa (de 18% do PIB em 2010, contra 52% na China, 32% na Índia, 34% na Indonésia, 32% na Coreia do Sul, 24% no México e uma média de 30% nos países de renda média, como o Brasil, segundo dados do Banco Mundial). Esqueça o pré-sal: não estamos conseguindo acumular o combustível que realmente importa para impulsionar nosso desenvolvimento.

Esses dados são costumeiramente expostos nas páginas de jornais e revistas, e a análise que sempre os acompanha, tanto no caso da poupança quanto no do ensino, é que é tudo culpa do governo. Que não planeja o longo prazo, que não controla gastos, que é corrupto e perdulário. Tudo isso é verdade, mas nosso governo não é um ente exógeno que chegou do espaço sideral para meter a mão em nossos impostos: nós o colocamos lá. E, apesar de ser doloroso reconhecê-lo, as ações dos políticos espelham as nossas.

Olhe para a nossa vida privada. Literalmente, desde o seu nascimento o brasileiro sai em desvantagem, pela impaciência de mães e médicos: nossa taxa de partos por cesariana (44% em 2011) é a mais alta do mundo, segundo a Unicef. A incapacidade de se controlar está chegando também à nossa cintura: logo que as famílias saíram da pobreza e passaram a poder consumir um pouco, o perfil nutricional do brasileiro passou da subnutrição diretamente para o sobrepeso. Entre 1989 e 2009, a obesidade infantil mais do que quadruplicou. Hoje, um de cada seis meninos de 5 a 9 anos de idade é obeso. Segundo o Ministério da Saúde, 49% dos brasileiros têm sobrepeso.

Quando falamos de escolas, a indisposição do brasileiro para sacrifícios é ainda mais aparente. Em Xangai, fui visitar a família de um aluno humilde escolhido aleatoriamente e vi algo que imagino ser raríssimo no Brasil: no modesto quarto e sala da família, os pais dormiam em um apertado sofá-cama na minúscula sala ao lado da cozinha, enquanto o filho tinha o quarto espaçoso para si. A prioridade era o estudo do filho.

Quando você leu o título deste artigo, provavelmente respondeu a si mesmo: "Eu faria de tudo pelo meu filho". Mas, se você for um brasileiro normal, a resposta real terá sido: "Tudo, desde que não atrapalhe o meu estilo de vida". Você topa trabalhar duro para pagar uma boa escola, e acha que por isso mesmo é que a escola não deve exigir de você que se envolva com os estudos do filho quando chegar em casa cansado, à noite. Várias vezes eu vi pais carregando filhos pequenos chorosos em restaurantes em horários em que estes deveriam estar dormindo. Há dois meses, usando a mesma lógica do "não tinha com quem deixar a criança", um sujeito levou o filho de 8 anos para explodir e roubar um caixa eletrônico. Já ouvi muito pai querendo colocar o filho em escola perto de casa — raramente encontro gente se mudando para deixar o filho mais próximo de escola boa.

Entre poupar para dar uma segurança aos seus filhos e comprar a geladeira nova, você opta pela geladeira. Mesmo que nem tenha o dinheiro e se comprometa com prestações a perder de vista. Entre renegociar uma Previdência impagável e empurrar o problema com a barriga, escolhemos o segundo. E, quando a nossa irresponsabilidade cobra a fatura, queremos que o governo segure nossas pontas. O livro A Cabeça do Brasileiro mostra que 83% de nós concordamos que o governo deve socorrer empresas falimentares. Inacreditáveis 70% gostariam que o governo controlasse os preços de todos os produtos do país. Queremos o retorno garantido, sem topar correr os riscos. Queremos desfrutar tudo aquilo que os países ricos têm, sem termos de trabalhar o que eles trabalharam para chegar lá. Queremos um futuro glorioso, desde que isso não signifique sacrificar nada do presente. Essa conta não fecha. Jamais fechará.

Antes de exigir dos outros que melhorem nossas escolas, hospitais ou estradas, vamos precisar olhar para nós mesmos e decidir se estamos dispostos a pagar, com sacrifícios no presente, o preço de ser o país do futuro. Ou se continuaremos a ser a eterna promessa, que comeu o doce da mesa assim que o adulto saiu da sala

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Artigo de Artur Vitória sobre a nova geração

Artur Victória – Porto – Portugal – Via Linkedin
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Há alguns anos, quando ainda não se vislumbravam indícios de crise financeira, certos problemas sociais eram remetidos para uma resolução a médio – longo prazo, mais concretamente para a geração que renderia a então ativa em cargos de relevo.
Estigmas de uma pobreza e ileteracia, provinda dos anos da ditadura, quem atualmente está na casa dos quarenta anos foi já educado com determinados objetivos pré-concebidos pelos pais: Ter um curso superior e ostentar sinais de riqueza. Tal alvo foi atingido na íntegra.
E quais os objetivos a atual geração define para os filhos? Os mesmos que seus pais adoptaram, melhorados com uma competitividade “parola” e que agora se assume num “ estrato social” de aparências, seja, individualmente, mostrar, aparentemente, aos outros que são os melhores.
Na atual situação, o paradigma mudou e surge um despiste de toda essa ilusão perene de automóveis de luxo, viagens paradisíacas etc… .
Os princípios educacionais desta geração emerge do dinheiro gerado do “boom” da construção civil, seja dos promotores, construtores operários, empreiteiros e subempreiteiros, mediadores e banca. A sociedade rapidamente adquiriu uma mentalidade voltada ao imediatismo, consumismo e agressividade na aquisição da riqueza, por qualquer meio, interessando, apenas, o dinheiro rápido para um consumo desregrado. Foi desta geração que saíram muitos políticos, sendo a política um meio para facilitar e obter os negócios.
Como resultado, a sociedade voltou- se para um novo corporativismo, ou seja, aquele em que “uma mão lava a outra”.
Quando surge uma sobrelotação de licenciaturas, as profissões liberais ficaram abaladas na sua estrutura. Surge como alternativa imediata o ingresso já na função pública, através das então recém-criadas instituições semi – públicas ou empresas municipais e fundações. A estrutura política ia ajustando a oferta de trabalho conforme a sua clientela.
No atual contexto mundial, a presente geração entra em pânico, tentando equilibrar ou “remendar” os males por si feitos, como referido. A estrutura do Estado começa a contrair- se e as instituições, que davam um emprego apetitoso, começam a desaparecer através de fusões, transformações ou extinções. É o fim do período de ouro e o princípio do caos. Afinal tudo é perene … .
Reproduzo algumas frases de Alexandre Herculano para meditação:
- “Nas nossas democracias a ânsia da maioria dos mortais é alcançar em sete linhas o louvor do jornal. Para se conquistarem essas sete linhas benditas, os homens praticam todas as ações – mesmo as boas.”
- “… Nem a ciência, nem as artes, nem mesmo o dinheiro, nem o amor, poderiam ja dar um gosto interno e real as nossas almas saciadas. Todo o prazer que extraía de criar, estava esgotado. Só restava, agora, o divino prazer de DESTRUIR.”
- ” Os políticos e a as fraldas são semelhantes , possuem o mesmo conteúdo “
- “Só o dinheiro importa, só pelo dinheiro o homem se contenta.”
Curiosa e verdadeira a atualidade destas palavras.
Voltando ao principío deste pensamento, sobre as gerações vindouras, há que repensar a estratégia que das decisões de curto, médio e longo prazo. Devemos relembrar os tempos de amargura dos antepassados que passaram pelas crises financeiras do século XX e na situação económica entre e após as duas grandes guerras.
Com a experiência do passado e através da dialética social podemos construir uma decisão/opção para o futuro.
Hegel promove a aproximação da filosofia com a História não no intuito de abordá-la através de conceitos ou concepções pré estabelecidas, mas na medida em que questiona a compreensão inerte que se tem da História em sua contemporaneidade “…na História universal, o mais nobre e o mais belo é sacrificado no seu altar. A razão não pode quedar-se no facto de indivíduos singulares terem sido lesados, os fins particulares perdem-se no universal. A razão vê no nascer e no perecer a obra que brotou do trabalho universal do gênero humano, uma obra que existe efetivamente no mundo a que pertencemos.”
É desejável uma profunda reflexão, multifacetada, para nos apercebermos quão longe anda o nosso pensamento de uma dialética que permita encontrar os princípios para uma regeneração. A reflexão hegeliana concebe a História na dinâmica de suas sociedades, reconhecendo as particularidades de cada uma, tornando-as parte de todo um complexo.


Walden Carvalho – Via Linkedin

Caro Artur,
belo texto, caro amigo. Não acredito que a atual geração de indivíduos seja melhor ou pior do que a nossa ou a de nossos pais. Ela é apenas o que a sociedade, ou o processo civilizatório (se preferir) consegue produzir, como nós fomos a de nossa época. Nossos bisavós e avós são os que assistiram ou participaram, de forma atuante ou como expectadores, o fim da Belle Époque e a Iª Guerra; nossos pais assistiram à IIª Guerra e à estruturação do Capitalismo; nós convivemos com a Guerra do Vietnan e os massacres em nome de ideologias estruturadas, e nossos filhos e netos vão ver a concentração do conhecimento e poder nas mãos de muitos menos do que no passado. Imaginar que o mundo vá acertar a dispersão cognitiva ou fazer ajuste de qualidade de vida capaz de termos o que chamam de sociedade justa, é coisa de alucinados e exploradores da boa fé de incautos. Isso não é da natureza humana. O que não podemos fazer é sermos cruéis com aqueles que não querem, ou não conseguem, se habilitar a serem partícipes válidos do crescimento humano. No meu entendimento, é assim que funciona a máquina de conquistas da espécie. Se serão melhores ou piores do que em qualquer época, é uma outra conversa. No entanto, se vamos falar de exercício de insensatez e do esquecimento do bom senso, aí sim, podemos nos sentar um pouco e conversar. Se você fala da situação incômoda por que passam alguns países europeus, aviso-lhe que vamos passar pelo mesmo, dentro de pouco tempo, sem que houvesse necessidade disso. É fruto do que você chamou de iliteracia ou iletrismo. Doença que nos assola, como herança maldita de um morador de São Bernardo do Campo. A geração atual de jovens brasileiros tem de tudo, como em qualquer época: de gênios da matemática ou da filosofia a refugos humanos dominados pelo crack ou embalados pelo canto sincopado e tedioso do igualitarismo sem trabalho. Me parece, quando consigo me debruçar sobre as mazelas dos países em crise (talvez não seja crise, mas ajuste compulsório de equipamentos), que o que nos levou ao estado em que nos encontramos, ou vamos chegar, é a ilusão de que o dinheiro tem valor por si mesmo (intrínseco), o que é um engano. O dinheiro, a moeda, é uma profissão de fé, meu caro. Ou você crê na força e nos valores que o geram, ou ele não existe, não serve para nada, é uma fantasia expressa em papel bonito, que carregamos no bolso. Para ajustarmos o chamamento ao bom senso, é necessário que estruturemos o que é possível querer do futuro, e trabalhar o processo educacional, na fase em que isto é obrigação do Estado, nesse sentido. Mas isso tem um problema enorme: demanda trabalho e disposição para incomodar as quadrilhas que agarraram as artérias do poder, e agem como parasitas, em busca apenas de recursos fáceis para se regalarem, sem a menor preocupação com quem os sustenta e gera riquezas para a Nação, seja ela qual for. Os jovens caminham nesse pântano. Alguns se salvam, mas a maioria se deixa levar pelo canto fúnebre dos arautos do ganho fácil, com o mínimo de esforço, e o máximo de prazer, já que sempre teremos a Burguesia para trabalhar, e gerar empregos, e recolher impostos para os cofres do Estado. Quanto à banca, está no seu papel, como sempre esteve. Recorre a ela quem quer ou não tem competência para gerir o que produz.
Caro amigo, essas reflexões foram geradas pelo seu texto. Espero que tenham alguma coerência e serventia. Grande abraço,
Walden

Alzheimer - algumas observações importantes



Caros amigos,

aqui está um email do meu ex-aluno Dr. Luiz Evandro. Considero muito interessante, e partes do seu relato podem ser identificados em pessoas que estão próximas de nós.
Abraço a todos,

Walden



Achei este e-mail  esclarecedor p/ todos, a fim de observarmos nossos hábitos e atitudes frente a esta doença.
Luiz Evandro

 O assunto é sério, vale repensar em mudanças de estilo de vida!
Dr. Américo Marques Canhoto

Américo Marques Canhoto, médico especialista, casado, pai de quatro filhos, nasceu em Castelo de Mação, Santarém, Portugal.

Médico de família desde 1978. Atualmente, atende em São Bernardo do Campo e São José do Rio Preto - Estado de São Paulo - Brasil.
Conheceu o Espiritismo em 1988.
Recebia pacientes que se diziam indicados por um médico: Dr. Eduardo Monteiro.
Procurando por este colega de profissão, descobriu que esse "médico" era um espírito, que lhe informou: "Alzheimer acima de tudo é uma moléstia que reflete o isolamento."

Queremos dividir com os leitores um pouco de algumas das observações pessoais a respeito dessa moléstia, fundamentadas em casos de consultório e na vida familiar - dois casos na família.
Além de trazer à discussão o problema da precocidade com que as coisas acontecem no momento atual.
Será que as projeções estatísticas de alguns anos atrás valem para hoje?
Serão confiáveis como sempre foram?
Se tudo está mais precoce, o que impede de doenças com possibilidade de surgirem lá pelos 65 anos de idade apareçam lá pela casa dos 50 ou até menos?

Alerta
É incalculável o número de pessoas de todas as idades ( até crianças ) que já apresentam alterações de memória recente e de déficit de atenção ( primeira fase da doença de Alzheimer ). Lógico que os motivos são o estilo de vida atual, estresse crônico, distúrbios do sono, medicamentos, estimulantes como a cafeína e outros etc.

Mas, quem garante que nosso estilo de vida vai mudar?
Então, quanto tempo o organismo suportará antes de começar a degenerar?
É possível que em breve tenhamos jovens com Alzheimer?

Alguns traços de personalidade das pessoas portadoras de Alzheimer, que em nossa experiência temos observado, algumas características se repetem:

Costumam ser muito focadas em si mesmas;
  • Vivem em função das suas necessidades e das pessoas com as quais criam um processo de co-dependência e até de simbiose. A partir do momento que a outra pessoa passa a não querer mais essa dependência ou simbiose, o portador da doença (que ainda pode não ter se manifestado), passa a não ter mais em quem se apoiar e, ao longo do tempo, desenvolve processos de dificuldade com orientação espacial e temporal;
  • Seus objetivos de vida são limitados (em se tratando de evolução);
  • São de poucos amigos; gostam de viver isoladas;
  • Não ousam mudar; conservadoras até o limite;
  • Sua dieta é sempre a mesma. (Os alimentos que fogem às suas preferências, fazem-lhes mal; portanto, os alimentos são muito restritos);
  • Criam para si uma rotina de "ratinho de laboratório";
  • São muito metódicas. ( Sempre os mesmos horários e sempre as mesmas coisas, mesmos alimentos, mesmas roupas);
  • Costumam apresentar pensamentos circulares e idéias repetitivas bem antes da doença se caracterizar;
  • Cultivam manias e desenvolvem TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo);
  • Teimosas, desconfiadas, não gostam de pensar;
  • Leitura os enfastia;
  • Não são chegadas em ajudar o próximo;
  • Avessas á prática de atividades físicas;
  • Facilmente entram em depressão;
  • Agressividade contida;
  • Lidam mal com as frustrações que sempre tentam camuflar;
  • Não se engajam em nada, sempre dando desculpas para não participar;
  • Apresentam distúrbios da sexualidade como impotência precoce e frigidez;
  • Bloqueadas na afetividade e na sexualidade, algumas têm dificuldades em manifestar carinho. Para elas um abraço, um beijo, um afago requer um esforço sobre-humano;
Gatilhos que costumam desencadear o processo

Na atualidade, a parcela da população que corre mais risco, são os que se aposentam - especialmente os que se aposentam cedo e não criam objetivos de vida de troca interativa em seqüência. Isolam-se.

Adoram TV porque não os obriga a raciocinar, pois não gostam de pensar para não precisar fazer escolhas ou mudanças.
Avarentos de afeto e carentes de trocas afetivas, quando não podem vampirizar os familiares ou parentes, deprimem-se escancarando as portas para a degeneração fisiológica e principalmente para os processos obsessivos. Nessa situação degeneram com incrível rapidez, de uma hora para outra.


Paciência, tolerância, aceitação, dedicação incondicional ao próximo, desprendimento, humildade, inteligência, capacidade de decidir por si e pelo outro.


Os portadores da doença costumam ter hábitos de alimentação sem muita variação, centrada em carboidratos e alimentos industrializados.

Descuidam-se no uso de frutas, verduras e legumes frescos, além de alimentos ricos em ômega 3 e ômega 6;

Devem consumir mais peixe e gorduras de origem vegetal (castanha do Pará, nozes, coco, azeite de oliva extra virgem, óleo de semente de gergelim).

Estudos recentes mostram que até os processos depressivos podem ser atenuados ou evitados pela mudança de dieta.


Nem tanto, pois avisos é que não faltam, desde a infância.
Analisando e estudando as características da criança, é possível diagnosticar boa parte dos problemas que se apresentarão para serem resolvidos durante a atual existência, até o problema da doença de Alzheimer. 
Dia após dia, fase após fase o quadro do que nos espera no futuro vai ficando claro.

Sim pode, mas não de forma passiva, inscrito no DNA, e sim, pelo aprendizado e pela cópia de modelos de comportamento.

Ajudar até que ajudam, mas resolver é impossível, ilógico e cruel, se possível fosse; pois, nem todos têm acesso a todos os recursos ao mesmo tempo.
Remédios usados sem a contrapartida da reforma no pensar, sentir e agir podem causar terríveis problemas de atraso evolutivo individual e coletivo, pois apenas abrandam os efeitos sem mexer nas causas. 
Remédios previnem?
Claro que não; apenas adiam o inexorável.
Quanto a isso, até os cientistas mais agnósticos concordam.
Um dos mais eficazes remédios já inventados foram os grupos de apoio à terceira idade.
A convivência saudável e as atividades que possam ser feitas em grupo geram um fluxo de energia curativa.
A doença de Alzheimer, acima de tudo, é uma moléstia que reflete o isolamento do espírito que se torna solitário por opção. O interesse pelos amigos é um bom remédio.
O ato de nos vacinarmos contra a doença de Alzheimer é o de estudar as características de personalidade, caráter e comportamento dos que a vivenciam, para que não as repitamos. A melhor e mais eficiente delas é o estudo, o desenvolvimento da inteligência, da criatividade e a prática da caridade.


Torne sua vida produtiva, pratique sem cessar o perdão e a caridade com muito esforço e inteligência.
Muito mais há para ser analisado e discutido sobre este problema evolutivo que promete nos visitar cada dia mais precocemente.
Além das dúvidas que levantamos, esperamos que os interessados não se furtem ao saudável debate.
"O desapego é necessário para o crescimento espiritual."

E aqui fica a célebre frase de todo doente de Alzheimer:
“Quero voltar para minha casa”
Que casa seria esta?
Quer evitar tornar-se um Alzheimer?
Remédios resolvem?
O mal de Alzheimer é hereditário? Pode ser transmitido?
Doença silenciosa?
A dieta influencia
O que é possível aprender como cuidador?